domingo, 16 de janeiro de 2011

Dia 15

Tem-se confirmado um ritual todos os dias de manhã: entrar na carrinha e cantar sempre
“Todo o país a votar
Todo o país a votar
Vota Nobre alé la la la la la
Sempre contigo alé la la la la la
Só eu sei porque não fico em casa”.
Rituais estranhos.

Saímos às 8:25 de Santarém, onde pernoitamos e fomos directos à fria Covilhã. É curioso o centralismo que temos na nossa sociedade. Temos tentado acompanhar as notícias na rádio e televisão quando andamos pelo país Fernando Nobre não é noticiado, pura e simplesmente, na maior parte das acções que faz, apesar da constante presença de televisões e rádios à sua volta. É o candidato com mais audiências numa Grande Entrevista, com mais fãs no facebook , com o primeiro lugar em várias sondagens online (sim, porque não aparecem sondagens na televisão e imprensa escrita pela primeira vez na história da democracia) e segundo nas restantes. Só pediamos um pouco mais de atenção, um pouco mais de tempo mediático. A campanha será ganha por nós na mesma, mas com o triplo, quadruplo, quintuplo do esforço dos outros candidatos. Obviamente alguém indeciso entre Cavaco e Nobre (que temos visto às dezenas) ou Alegre e Nobre votará no que for mais vezes mencionado, é como termos um convite para duas festas e a uma gostaríamos de ir mas o organizador não nos referia muitas vezes horas e datas e a outra tivesse um organizador chato, iríamos à festa do chato. E a culpa não é nossa de não sermos chatos o suficiente.

Por volta das 10 da manhã a fantástica Covilhã acolheu-nos do alto das suas brumas com tambores, um grupo muito activo da candidatura da Guarda e a melhor arruada até agora. Numa animada visita ao mercado até tivemos direito a gritos entoados pelos “Toca a Bombar”, um grupo de bombos que está habituado a animar as festas da Serra da Estrela. Parando o trânsito e convertendo pessoas (sim, a nossa missão enquanto jovens tem sido a da conversão nobrista do povo português, a distribuição de panfletos a toda e qualquer pessoa que se cruze). Em frente à estátua de Pêro da Covilhã, Nobre saltou para cima de um carro da campanha, pôs-se de pé e discursou lembrando a conquista portuguesa no mundo. Já se começa a tornar um hábito forte nesta campanha o apoio das pessoas à nossa candidatura e a simpatia de Fernando Nobre em falar com todas as pessoas que encontra. Tomando o rumo da Guarda foi boa a recepção no IPJ desta cidade onde nos aguardava uma declaração muito forte. Referindo-se no seu discurso ao boicote da imprensa a tudo o que faziamos na rua, foi muito forte a crítica ao jornal Expresso que, após uma semana de candidatura, não publicou UMA notícia sobre nós (à imagem, diga-se do jornal i). Um descuido que lhes custou uma queixa na Comissão Nacional de Eleições e um lugar de destaque nos notíciários da concorrência. Se havia dúvidas de que nos queriam silenciar, esta é a prova e esta notícia trouxe um alento enorme a todos os que acompanhamos diariamente esta luta. É curioso que, após esta declaração, em Vila Real, tivemos uma atenção maior dos media e não foram tão incriminatórias as perguntas. Curioso simplesmente...

Nesta grande cidade do norte, a real vila, fomos recebidos pelos cabeçudos, ícone fantástico de Trás-os-Montes. Abrindo caminho para a comitiva, fomos desbravando, sempre a pé, todas as ruas mais movimentadas da cidade, recebendo um apoio muito grande da população. A título de exemplo, nos primeiros 100 metros parámos mais de vinte vezes para falar com a população (maioritariamente do PSD, diga-se) que nos interpelava para dizer
- eu voto Fernando Nobre
- o senhor mude-nos este país
- dê-nos esperança. Eu não voto Cavaco, o homem não fez nada pelo País.

Após um dia cansativo de arruadas e emoções à flor da pele, em que Fernando Nobre usou a gravata que ontem lhe tinham oferecido na empresa Nova Cortiça, tivemos um jantar descontraído e intimista, fechado à comunicação social e, por ser a jornada nocturna mais calma, tivemos festa à noite, uma saída que já todos estávamos a precisar. Amanhã é outro dia.

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